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A era das locadoras inteligentes

  • Foto do escritor: Rebobinando
    Rebobinando
  • 28 de ago. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de nov. de 2019


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Ir a uma locadora de filmes foi, durante longo tempo, um hábito comum para muita gente. Ver filmes era uma espécie de ritual semanal, quando as produções eram descobertas na própria locadora, seja no “garimpo” das prateleiras ou na conversa com o balconista. No entanto, sair de casa para alugar um filme parece algo impensável hoje em dia, uma vez que temos acesso a uma infinidade de opções para assistir a filmes e séries sem sair de casa. A oferta de serviços de streaming, como são chamadas essas plataformas digitais, modificou significativamente o mercado multimídia. Todavia, essa relação entre consumidor e produto esteve sempre em constante mudança, adaptando-se às novas tecnologias e às novas demandas do mercado.


A chegada do VHS, por exemplo, possibilitou o nascimento do consumo homevideo, no qual filmes, séries e programas televisivos passaram a ser vistos a qualquer momento, em casa ou em qualquer lugar, com uma facilidade jamais vista. Antes dessa grande novidade, era quase impossível rever algum filme após sua exibição nos cinemas, dependendo exclusivamente da televisão (ou de algum relançamento, o que não era muito comum).


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E esta praticidade ao acesso a conteúdos multimídia só fez crescer ao longo dos anos com a chegada de novos formatos de mídia física: DVD e Blu-ray. Esta trajetória de evolução tecnológica - migrando do analógico para o digital - tem como marco atual a chegada das plataformas de streaming (tanto na indústria audiovisual como na fonográfica), cada vez mais familiares para os consumidores, remodelando as práticas de consumo cultural.


Streaming é uma forma de acesso às multimídias, de forma instantânea (podendo ser ao vivo ou armazenada na internet), não necessitando do download delas. Pode ser através de aplicativos gratuitos (Youtube, Instagram, Facebook) ou com acesso a conteudo exclusivo em aplicativos pagos (Spotify, Netflix, Disney+ - que será lançado em breve). Dessa forma, a tendência é que o streaming domine cada vez mais os mercados audiovisuais e fonográficos.


No caso do mercado audiovisual, no qual destacamos o cinema e a televisão, acompanhamos a transição do consumo homevideo em mídia física (VHS, DVD e Blu-Ray) para a ascensão das plataformas de streaming. O crescimento expressivo e a difusão em massa deste tipo de consumo são decorrentes do alcance da internet e das praticidade dos dispositivos móveis, que estão cada vez mais disponíveis no mercado.


Assim, a oferta de produtos se tornou cada vez mais “personalizada”. Você decide o que passa na sua televisão (ou outro dispositivo eletrônico), sem depender de canais de amplo alcance. O consumo passa, então, a ser individual, e o objetivo das plataformas, explorar essa individualidade. Para isso, cria-se, além do fácil acesso aos filmes e séries, o sentimento de exclusividade através da inteligência artificial.


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A chamada inteligência artificial consiste, resumidamente, em uma programação que interpreta e ‘‘aprende’’ com dados externos, se aperfeiçoando no processo. A Netflix, por exemplo, seria uma ‘‘locadora inteligente’’, já que é uma plataforma de vídeo que investe bastante na inteligência artificial, e tem um dos algoritmos de recomendação mais sofisticados do mundo (sugerimos a leitura da matéria “Por que a Netflix vicia”). Assim, sua conta se torna personalizada e única, já que a plataforma analisa suas escolhas de filmes e séries (entre outras informações) para aprender seu gosto e criar uma página que seja a sua cara


Percebemos, assim, um grande avanço tecnológico em um curto período de tempo, e que o mercado já se adaptou a essa mudança. Afinal, o mercado sempre se adapta às mudanças. Além disso, percebemos que nossa cultura também mudou nesse tempo. Constatamos que, hoje, a locadora é “inteligente” e está disponível 24 horas por dia, que o balconista é uma máquina programada para identificar nosso gosto.

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