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O jornalismo do futuro

  • Foto do escritor: Rebobinando
    Rebobinando
  • 23 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

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A ideia de que robôs estão roubando nossos empregos soa para muitos como coisa de fanáticos por filmes de ficção científicas com futuros distópicos ou, no mínimo, como algo que se aplica apenas aos operários de fábricas. Porém, essa realidade já está presente em muitas redações jornalísticas ao redor do mundo. Não é incomum ler notícias em diversos portais escritas por repórteres-robôs, mesmo que não saibamos disso.


O jornalismo automatizado é uma tendência muito forte no meio jornalístico, visto que é uma maneira mais rápida e menos trabalhosa de produzir o chamado jornalismo de dados. Mas, afinal, o que é jornalismo automatizado? Segundo o professor Carlos D’Andréa, consiste em “um fenômeno recente observado em algumas redações jornalísticas que vêm adotando softwares de Natural Language Generation (NLG) para produzir textos verbais automatizados a partir de banco de dados estruturados em editorias como finanças, esportes, crimes, trânsito, previsão do tempo”.


Por conta disso, alguns jornalistas começaram a questionar se seriam substituídos pelas máquinas, que, teórica e estatisticamente falando, seriam menos propensas ao erro. Entretanto, para Will Oremus, citado no texto “Em busca das redes sociotécnicas na redação de notícias por robôs” de D’Andréa, “a forma como usamos [o software] é suplementar. Economiza muito tempo para as pessoas em determinados tipos de notícias, onde elas podem pegar as informações no software tão boas quanto se tivessem sido escritas por uma pessoa. A plataforma não elimina o emprego de ninguém, pelo contrário, torna o emprego dos jornalistas mais interessante”. O jornalismo automatizado seria, então, uma forma de libertar os jornalistas das tarefas entediantes e repetitivas, permitindo a descobertas de novas tendências do jornalismo. Pelo menos é o que afirma Lou Ferrara, vice-presidente da Associated Press.


“Mas e o que isso tem a ver com streaming? Eu não vim aqui ler sobre isso”. Não se precipite, caro leitor. Estamos aqui para mostrar que jornalismo e streaming estão mais conectados do que você imagina. Nem todos sabem, mas, além de permitir que o usuário tenha acesso a músicas, algumas plataformas de streaming também disponibilizam podcasts com os mais diversos temas para quem interessar. Conversas descontraídas, discussões sobre política, resenhas de filmes, livros e séries, receitas secretas da vovó, são inúmeros os assuntos abordados pelos podcasters.


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Por ser o mais novo queridinho entre os usuários de streaming, ele virou uma tendência também no meio jornalístico. Esse grande sucesso entre os internautas possivelmente se deve ao fato de que “o podcast é um formato muito eficiente para comunicar e engajar um público. Sua linguagem, mais informal, aproxima o jornalismo de quem consome notícia, permite apresentar quem está por trás daquela criteriosa produção”, como dito pela jornalista Magê Flores em entrevista ao Portal Imprensa.


Além de ter uma linguagem mais descontraída, o podcast ganha espaço no mercado por seu fácil acesso. Diferente do jornal impresso ou dos portais de notícias, que exigem uma grande disponibilidade de tempo, ele pode ser ouvido em qualquer lugar: no carro, em casa, no ônibus e, se ninguém estiver olhando, até mesmo no trabalho. Levando em conta a dinâmica imediatista da atualidade, isso se torna um grande atrativo, principalmente para o público jovem.


Por conta de todos esses atrativos, muitos jornais têm investido em podcasts como meio de diversificar seus produtos. É o caso da Globo, que lançou Podcasts sobre notícias, esportes e entretenimento. Outras grandes referências do jornalismo nacional e internacional como a Folha de São Paulo, o Estadão, a CBN e o The New York Times também possuem programas em podcasts.


Essa nova tendência apenas mostra que o surgimento de novas tecnologias não implica na demissão em massa dos jornalistas. Muito pelo contrário, ele possibilita que sejam exploradas novas formas de trazer notícias para o público de maneira diferente, provando que as máquinas não são concorrentes dos seres humanos. Elas são aliadas, que facilitam nosso trabalho e nos permitem uma maior imersão no mercado criativo, possibilitando que o jornalista dê maior foco a habilidades que não podem ser realizadas por uma máquina, como entrevistas, ou reportagens que exijam alguma opinião humana.


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